sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

QUASE ÚLTIMO BAR


o ser que se mira

e uma mesa triste

no canto

o mais distante do bar

aglomerações hipnóticas

senso comum à flor da pele.

malte escocês

baralho de mulher pelada

verde, azul

— e outras cores que não aprendi —

o vacilante olhar do depressivo

pague adiantado

a maravilha do vinho

que vinha vindo mágico

inebriante

mesmo antes de ser tragado

fervilhando nas mãos de uma mulher

que serve

moderna bacante...

o cheiro triste e inesperado

se contorce reverberante

as cinzas caem

neves do inverno infernal

(lá fora do que não existirá)

...sustentar quem se é (se for!)

olhar em volta.

o copo

ainda nem fora tocado.

(Carlos Dias)

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