quarta-feira, 26 de março de 2008

Shakespeare e a invenção dramática


O CFFC promove nos dias 5 e 6 de abril e 31 de maio e 1º de junho, o seminário "Shakespeare e a invenção dramática", tendo como palestrante o escritor, filósofo e crítico Benedito Nunes. A entrada é franca, sempre das 8:30h as 12:30H. Para quem não sabe, o Centro de Cultura e Formação Cristã fica na Br 316, km 6, em frente ao 6º batalhão de polícia. Na dúvida, pergunta para o cobrador.

terça-feira, 18 de março de 2008

MORRE MAIS UMA REVISTA


O mercado editorial brasileiro é cruel. Não adianta chorar, mas acho que vou chorar um pouquinho. Lembro que quando era aluno da graduação em letras, fiz uma forcinha e consegui a assinatura da revista CULT. Era uma revista ótima para aqueles da área literária. Trazia bons textos, dossiês de escritores, dicas de obras, análises de medalhões como Antonio Candido. Mas, depois de um tempo, para que a bancarrota não batesse à porta da revista, ela deixou de ser Revista de literatura para se transformar em "revista de cultura brasileira". Nada contra, mas foi um passo para a revista abandonar de vez a literatura e falar muito mais de teatro, dança e cinema, ou seja, algo que a revista BRAVO! já faz muito bem. Os interessados em literatura abandonaram a tal revista. Até que surgiu a ENTRELIVROS (editora Duetto), com um ar de CULT, da época das antigas, com textos de Silviano Santiago, crônicas de Miltom Hatum, Umberto Eco, discussão, dossiê etc. Mas a última notícia é que, depois de quase três anos a revista chegou ao fim, no número 32. Segundo a própria editora, Entrelivros chegou ao fim por causa da falta de anunciantes e as mudanças no mercado de revistas. Ora, ora, bem previsível para uma revista que atinge um público específico...enfrentar os gigantes como Istoé, Veja, Caras, Palyboy, Época etc., não é nada fácil. Só lamentações, nada a declarar. No entanto as edições especiais "Biblioteca entrelivros" e "Cadernos entrelivros" ainda continuarão a circular, só não se sabe até quando. Agora só nos restou a revista "Discutindo Literatura" que no meu ponto de vista é fraca e tem textos pouco interessantes. Mas...

quinta-feira, 13 de março de 2008


ROCKVILLE


pratico o suicídio
todos os dias
- eles são sempre iguais –
acid house nos olhos
circunstâncias inexistentes:
tirar um sarro com o tempo
aprisionar um flash...

pratico o suicídio
a tinta frágil desaba do vidro,
estilhaços perdidos nas frestas
onde minha unha desgasta,
arranha sem sucesso
o que poderei ter sido...

pratico o suicídio,
para onde mais deveria andar?
são lascas que açoitam
o terrível weekend,
tenho uma metrópole nas mãos.

suicídio,
tudo que não descriei
pelo apelo do que não vi
urbanocídio esferográfico!

pratico o suicídio
e quando os olhos buscam
a luz do quinto pavimento já passou

pratico o suicídio
a gravidade incide sobre a matéria

a cena se entrega à imolação da tinta...


Carlos Dias

sábado, 1 de março de 2008

RADIOHEAD IN RAINBOWS


Não sei se já estou preparado para falar do novo disco do Radiohead. Sei lá, in rainbows é qualquer coisa entre o “é foda” e o “é do caralho”. Caralíssimos à parte, o cd está muito bom. A troca de gravadora e a falta de sucesso do Hail to the Thief – só foi falta de sucessso, mas o disco é bom – não interferiram na musicalidade do grupo. Thom Yorke está muito bem com seus falsetes na canção Viteotape, de cara a minha preferida. A grande polêmica gerada, como todos sabem, foi que a banda disponibilizou no seu site oficial o disco na íntegra, pra quem quisesse. O fã que quisesse baixar poderia escolher quanto pagaria pelo disco, ele poderia pagar de zero centavos (isso mesmo, rien!) até £ 99.99 ( mais ou menos uns R$ 350). Tal possibilidade colocava o fã numa posição de escolha ética. Como não pagar pelo cd de algo que você se identifica? Era uma escolha. Quem baixou baixou, quem não baixou não baixa mais, pelo menos do site da banda. Radiohead continua quase o mesmo...só escutando. Melodias secas e sonoras e as letras loucas de Thom Yorke. Destaco “Faust Arp” e “House of Cards”. Depois conversamos.