quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
O amor nos tempos que se falava espanhol
Sim, não pude deixar de ir ver "O amor nos tempos do cólera" (baseado no livro: El amor en los tiempos del cólera de 1985, Gabriel García Marquéz), mas não fui com aquela vontade que alguns têm de que o filme seja tão bom quanto o livro. São manifestações diferentes. É bem verdade que o fato de o filme ser "baseado" na obra de um grande escritor como Gabriel Garcia Marquez incita-nos a ir ver, pelo menos a história é boa, mesmo sendo um pastiche. No entanto, na minha condição de espectador que leu o livro, tenho a pretensão de dizer que duas coisas me deixaram tristes. 1) a imagem reproduzida na telona estava meio embaçada, não sei se truque de fotografia, meus óculos ou a falta de qualidade estrutural do cinema em questão (aquela rede que tomou conta de Belém), além do mais me roubaram 3 segundos de filme quando, de repente a imagem sumiu, incangou! 2) é inaceitável um filme que se passe em Cartagena e na América Latina ter seus personagens falando inglês, o senso de verossimilhança se perdeu pelo caminho. Talvez alguns filmes queiram apenas agradar a grande indústria cinematográfica norte-americana que não quer ler legenda, quer tudo em inglês.Então, as rimas de Florentino Ariza, originalmente em espanhol, se perderam numa enrolação linguística vergonhosa. O filme, ao todo, é bom, um bom filme como filme, melhor mesmo é o roteiro, melhor mesmo é a fábula.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Concordei. Comparar livro com filme é muita imbecilidade... daqui a pouco vou comparar uma tarde no sítio com um sorvete de milho verde. Mas o que fazer, com essa geração que realmente leu Harry Potter e o Código da Vinci, foi ver o filme e saiu toda orgulhosa dizendo "o livro é melhor que o filme!".
Quanto ao GGM, é sempre assim, começa devagarzinho mas depois tem um final do cacete. Abraço, mano
Postar um comentário